A História Completa de Fharley Rodrigues — De Adolescente Magro a Bodybuilder +100kg


Introdução

Algumas histórias de transformação são silenciosas — começam nos cantos mais simples e, aos poucos, vão ocupando espaço na vida de quem observa.
A trajetória de Fharley Rodrigues das Neves chega exatamente por aí: nascida da necessidade de mudar o corpo que, na adolescência, era tão magro que as veias apareciam, ela se transformou em uma narrativa de disciplina, método e propósito.

Foi com ferro, repetição e a disciplina forjada no exército que Fharley encontrou uma nova identidade. Do primeiro contato em uma sala de musculação old school à carreira como gestor e treinador na Skyfit Itaipava, sua história é feita de planejamento, renúncia e alegria pela evolução — pessoal e coletiva.

Neste artigo, contamos essa trajetória na voz do atleta e com a palavra do CNGTeam, naquele equilíbrio editorial que mistura reportagem, análise técnica e emoção — exatamente o que a série História de Atletas busca registrar.


Sumário

  1. Origens e Primeiros Passos

  2. Primeira Academia e Base de Formação

  3. Primeiros Desafios

  4. A Virada de Chave

  5. Alimentação e Disciplina

  6. Filosofia e Mentalidade de Vida

  7. Preparações e Competições Marcantes

  8. Treinador, Equipe e Irmandade

  9. Evolução Física e Marcos do Shape

  10. Obstáculos, Lesões e Superações

  11. Rotina Fora dos Palcos: Ensino e Gestão

  12. Influências e Referências

  13. Missão Pessoal

  14. Mensagem ao Público

  15. Futuros Passos e Visão de Futuro

  16. Espaço Pessoal para Divulgação Profissional

  17. Conclusão — O Treino Como Forma de Vida


1. Origens e Primeiros Passos

A primeira imagem que acompanha muitas trajetórias no bodybuilding é a do contraste: um corpo que não corresponde ao que a mente deseja. No caso de Fharley, essa imagem é literal — a magreza que, na adolescência, incomodava e motivava.

“Quando adolescente era muito, mas muito magro, tão magro de aparecer as veias do braço e me perguntarem se eram varizes. Tinha um primo que era gordinho e emagreceu e com 14 anos pisei a primeira vez em uma sala de musculação, bem old school, ferro e ferrugem e foi ali que iniciei.”

A entrada em uma academia enxuta, com aparelhos simples e chão de ferro, foi o primeiro contato com um universo que mais tarde o absorveria por completo. Como acontece com muitos atletas, o interesse inicial foi alimentado por exemplos próximos — no caso, um primo e, depois, o ambiente do exército.

“Entre idas e vindas em 2016 quando estava trabalhando na segurança dos jogos olímpicos pelo exército, tinhamos muito tempo na base e sem muito o que fazer fui para a academia, desde então permaneci treinando e venho me apaixonando todos os dias.”

Essa paixão tem duas faces: o desejo de mudar o corpo e a transformação de um hábito em identidade. E, para Fharley, a formação acadêmica também entrou na história logo depois.

“Em 2018 decidi que iria voltar a estudar, me matriculei na faculdade de Educação Física na Universidade Estácio de Sá, o amor pela educação fisica aumentava a cada matéria aprendida...”

A formação formal em Educação Física, somada à experiência prática, ofereceu as ferramentas que ele usaria mais adiante — tanto como atleta quanto como professor e gestor.


2. Primeira Academia e Base de Formação

As academias que marcam um atleta não são apenas espaços de treino; são as primeiras escolas onde se aprende técnica, disciplina e comportamento. Para Fharley, a Fisio e Forma representou esse ponto de virada.

“Aprendi a treinar na academia Fisio e Forma do meu grande professor Luiz, ali foram os primeiros passos reais, com dieta regrada e treino direcionado.”

A orientação técnica e a disciplina aplicada ali foram centrais para a evolução. Mas a história também traz um elemento humano decisivo: a presença de um treinador que se tornaria figura central em seu desenvolvimento.

“A pessoa com que mais aprendi e aprendo até hoje é com o meu atual treinador, irmão e melhor amigo Romulo de Marco, o cara que modelo como atleta, pai, amigo, treinador e professor.”

É essa relação — de respeito técnico e vinculação pessoal — que sustenta muitas evoluções de atletas ao longo do tempo. Para Fharley, Romulo foi mais que um preparador; foi e é referência, modelo e parceiro de jornada.



3. Primeiros Desafios

A evolução esportiva é sempre acompanhada por uma série de desafios práticos: reconhecimento, investimento, equilíbrio entre vida pessoal e treino. Fharley conhece bem esse roteiro.

“A maior dificuldade é sempre a falta de reconhecimento, nós atletas nos achamos especiais demais e nada nunca será suficiente, eu sempre tive muito apoio da minha família e amigos, nunca faltou nada...”

O ponto crítico, para ele, foi a gestão da vida social durante fases de corte e preparação. Ser professor implica, muitas vezes, em manter uma postura pública e exemplar, mesmo quando o corpo pede descanso.

“Hoje que o mais sinto de dificuldade é manter o contato social durante a finalização, como um professor temos que vestir um personagem que nunca pode ter problemas, mas na reta final o cansaço cobra um preço muito caro.”

Esse dilema — conciliar a imagem pública com as demandas íntimas da preparação — é recorrente entre atletas que também trabalham em ambientes profissionais. A diferença está em transformar essa pressão em combustível.


4. A Virada de Chave

O ponto decisivo que converte um praticante em atleta muitas vezes tem um nome simples: frustração convertida em determinação. Para Fharley, uma segunda colocação virou combustível.

“O momento em que ‘perdi’, quando fiquei em segundo, decidi que sempre entregaria o meu melhor, que se dependesse só de mim estaria feito, então nunca fugi de nenhum treino, nunca furei cardio e entrego sempre 200%, sempre!”

Essa promessa feita a si mesmo mudou a relação com o treino: não mais um passatempo, mas um hábito inegociável.

“Hoje planejo todos os meus dias com o treino no meio, hoje é um hábito assim como escovar os dentes ou tomar banho.”

A rotina transformada em ritual é o que diferencia quem apenas frequenta a academia de quem vive o esporte como missão.


5. Alimentação e Disciplina

Fharley descreve a sua relação com a dieta como quase militar — uma disciplina inabalável que ele aprendeu e reforçou ao longo dos anos.

“Sou extremamente chato com dieta, seja em off seja em cutting. Tenho uma disciplina forjada no exercito, então é menos dificil pra mim, sigo religiosamente o que está escrito e não suporto erros.”

No cutting atual ele trabalha com um corte progressivo de calorias e ajustes por feeling — um método prático que combina ciência e experiência.

“Hoje em cutting ainda seguimos com um corte progressivo de calorias, ajustando quando necessário por feeling, não tendo uma dieta amarrada ou que consiga nomear.”

A forma de treinar também é estruturada: um esquema PPL (push/pull/legs) com repetições de full superior e pernas e dois descansos semanais. A rotina é feita para produzir adaptação e volume de treino sem quebrar o atleta.

“Treino basicamente em PPL, tudo que empurra, tudo o que puxa e pernas, full superior e pernas novamente, tendo dois descansos na semana.”



6. Filosofia e Mentalidade de Vida

A mentalidade de Fharley não é retórica; é prática. O esporte, para ele, é um meio de fortalecer a atenção, o foco e o controle sobre os impulsos.

“A filosofia é simples, nunca negocie com a sua mente e nunca flerte com o fracasso. Faço todo dia a mesma coisa, mas todo dia um pouco melhor e levo essa frase como mantra.”

Ele vê a disciplina aplicada ao treino como uma habilidade transferível: vencer pequenos desejos diariamente torna possível perseguir objetivos maiores em qualquer área da vida.

“Sou fisiculturista hoje porque além de ser apaixonado pelo esporte, ele me ajuda a controlar o meu foco e fortalece a minha mentalidade... com disciplina e coragem conseguimos conquistar qualquer coisa.”


7. Preparações e Competições Marcantes

A trajetória competitiva de Fharley é rápida e consistente: do primeiro top2 ao sucesso recente com overalls. O percurso mostra evolução técnica e maturidade de preparação.

“Participei de alguns campeonatos, Estreantes 2022 – Bodybuscle top2; Mr Petrópolis 2022 – Culturismo top6; Mr Cabo Frio 2023 – Classic top4; Estreantes 2025 – Bodybuilder top1 e overall; Mr Petrópolis 2025 – Bodybuilder top3; Brasileiro FBBF – Bodybuilder Top1; Mr Cabo Frio 2025 – Top 1 e overall.”

Hoje compete como bodybuilder e registra 115 kg de peso. Do início até o auge, a diferença é técnica e também estratégica — fruto de treino alinhado com equipe e metodologia.

“Hoje sou bodybuilder e peso 115kg.”

Esses resultados são a soma de disciplina, técnica e a parceria com a equipe correta — e demonstram que a jornada foi pensada para crescer.



8. Treinador, Equipe e Irmandade

Nenhuma transformação de longo prazo se sustenta sem uma equipe sólida. No caso de Fharley, esse núcleo tem nomes e funções bem definidas.

“Hoje faço parte do time Romulo de Marco, ele é o atleta, professor que mais admiro e me inspiro. Tem uma capacidade incrivel de retirar o melhor de cada atleta, estamos juntos desde 2022 e colocamos mais de 40kg no físico.”

A estrutura é familiar e funcional: três pilares (Fharley, Rômulo e Guilherme) atuando como irmandade que se alimenta mutuamente de disciplina e propósito.

“Enquanto time somos 3 pilares, eu, Romulo e Guilherme, onde cada um em sua função me inspira e arrasta para cima, somos uma família, junto com toda a equipe gostamos de estar juntos... nossa relação é como uma irmandade mesmo.”

Essa cultura de equipe é um dos trunfos para quem busca resultado consistente e sustentável.


9. Evolução Física e Marcos do Shape

A evolução de 85 kg para picos de 135 kg no off-season é prova do trabalho planejado e da paciência estratégica.

“Compe­ti a primeira vez com 85 kg, no auge do off cheguei em 135kg, somos uma máquina em busca de evolução e com o meu treinador me afiando o tempo todo vamos trabalhar por mais.”

Cada quilo conquistado carrega uma história de treinos, alimentação e ajustes finos — e a ambição por mais evolução continua viva.


10. Obstáculos, Lesões e Superações

Fharley relata que, apesar da intensidade do trabalho, não enfrentou lesões graves, mas a árdua batalha é mais psicológica que física.

“Nem todos os dias acordamos motivados, por isso as bases família e amigos são essenciais, nunca tive nenhuma lesão séria, então o fator psicológico sempre foi o que mais me cobrou... conseguimos sempre seguir em frente, vencendo todas as adversidades.”

A resiliência, nesse caso, é produto da rede de apoio e da disciplina inabalável que o esporte impõe.


11. Rotina Fora dos Palcos: Ensino e Gestão

A vida profissional de Fharley é diretamente conectada ao esporte: ele é professor e gestor, e seu trabalho é oferecer o exemplo e extraí-lo de quem treina com ele.

“Sou professor, vivo o alto rendimento na minha vida, mas no trabalho cobro os meus alunos o melhor que eles podem me entregar.”

O prazer no ofício aparece quando o treinador encontra no aluno a chance de replicar transformação — para ele, ensinar é parte da missão.

“Como atuo com a área em que sou apaixonado, eu acabo me divertindo com meus alunos, mostrando o quanto podem e são fortes ganhando da própria mente... fortalecendo a mentalidade.”


12. Influências e Referências

A formação estética e mental de Fharley bebe em fontes variadas: do moderno ao clássico, do técnico ao elétrico.

“Gosto da mentalidade do Cbum, Zancanelli e Samsom Dauda, como forma de treinar Yates e Pacho, Energia do Derek e resenha do Eric Wildberg. O físico que mais me impressionou foi o do Coleman, monstro lendário.”

Essa pluralidade de referências mostra maturidade estética e técnica: ele observa, absorve e aplica o que funciona ao seu perfil.



13. Missão Pessoal

A motivação de Fharley é clara e prática: superação pessoal e multiplicação do que aprendeu.

“Hoje busco superação pessoal, busco vencer a mim todos os dias, quero fortalecer e aprender ainda mais e conseguir passar esse amor e aprendizado ao máximo de pessoas. Minha missão é me fortalecer para fortalecer ainda mais pessoas.”

O foco é duplo: evoluir como atleta e, simultaneamente, usar essa experiência para impactar a vida de outros.


14. Mensagem ao Público

A mensagem que ele deixa é de paciência e honestidade: o processo é longo; a pressa é inimiga do resultado.

“Paciência, quem acelera demais se perde na curva, seja constante é melhor que ser intenso. Seja verdadeiro e honesto com você e se você quer esteja disposto a pagar o preço... quando você chegar lá... a meu amigo não existe conquista maior do que vencer a si mesmo.”

Essa lição sintetiza a ética do trabalho que o CNGTeam valoriza: consistência, verdade e responsabilidade.


15. Futuros Passos e Visão de Futuro

O horizonte de Fharley é competitivo e espiritual: ele busca competir nas maiores federações e segue confiando no trabalho e na fé.

“Hoje me preparo para competir na maior federação do mundo, me vejo como um atleta muito competitivo e sedento por mais, quem sabe com o cartão profissional. Entrego nas mãos de Deus e confio, mas seguimos trabalhando.”

A ambição é alinhada com a estratégia: treinar, cuidar, periodizar e competir quando o corpo e a equipe estiverem prontos.


16. Espaço Pessoal para Divulgação Profissional

Fharley hoje atua presencialmente e preza pelo contato direto como meio de transmitir mentalidade e intensidade.

“Hoje trabalho apenas com o presencial, não consigo sentir e passar a minha mentalidade por uma tela e conversa de whatsapp, hoje sou gestor de uma academia a Skyfit Itaipava que é a melhor academia de Petrópolis. @fharleypersonal

📲 Redes e Contato Profissional
Instagram: @fharleypersonal
Atuação: Gestão da Skyfit Itaipava — atendimentos presenciais e treinamento de alto rendimento.


17. Conclusão — O Treino Como Forma de Vida

A história de Fharley Rodrigues é, acima de tudo, um caso de coerência: o que ele ensina, ele pratica; o que ele exige, ele vive. Do adolescente magro que entrou pela primeira vez numa sala de ferro ao gestor e atleta +100kg, a trajetória mostra que método e disciplina são imbatíveis quando sustentados por afeto e propósito.

No palco, nas aulas e na gestão da Skyfit, Fharley carrega a mesma mensagem: a transformação não é um evento — é uma soma diária de escolhas. E é essa soma que constrói não apenas um campeão, mas um formador de campeões.



Disclaimer:
Este artigo é uma homenagem jornalística e educativa à trajetória do atleta Fharley Rodrigues das Neves. As informações sobre saúde, nutrição ou treinamento refletem experiências pessoais do atleta e não substituem a orientação profissional de educador físico, nutricionista ou médico especializado.

Por: Treinador Conegundes
Série: #Historia de Atletas

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